Com projetos distanciados cronologicamente em mais de três décadas e meia, as casas Butantã e
Mariante apresentam na essência de sua concepção similitudes que vão além da aparente forma
prismática elementar elevada sobre quatro apoios e da materialidade explicitada pelo uso do
concreto aparente. Em contrapartida, os contextos distintos que acabaram por balizar as decisões
projetuais conduzem a justificativas não coincidentes mesmo que as soluções pareçam, em um
primeiro momento, semelhantes e originadas em um problema comum. Pesando as coincidências
está o fato de ambos os projetos terem sido desenvolvidos por arquitetos radicados em São Paulo
e implantadas na região metropolitana da capital paulista. As Casas Gêmeas1
– visto se tratar de
duas casas em lotes contíguos com projetos praticamente idênticos –, localizadas no bairro
Butantã, em São Paulo, foram projetadas por Paulo Mendes da Rocha no ano de 1964. A Casa
Mariante localiza-se em um condomínio fechado no distrito de Aldeia da Serra, Barueri. O projeto
foi realizado conjuntamente, no ano de 2001, por Marta Moreira, Fernando de Mello Franco e
Milton Braga, do MMBB Arquitetos, e por Angelo Bucci, do SPBR Arquitetos.